segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Do ego ao coração IV


Jeshua canalizado por Pamela Kribbe

ABRINDO-SE PARA O ESPÍRITO


Salientamos quatro estágios na transição da consciência baseada no ego para a consciência baseada no coração:

1. Estar insatisfeito com o que a consciência baseada no ego tem para lhe oferecer, desejar “algo mais”: o começo do final.

2. Começar a se conscientizar da sua dependência à consciência baseada no ego, reconhecendo e liberando as emoções e pensamentos que a acompanham: a metade do final.

3. Permitir que as velhas energias baseadas no ego morram dentro de você, jogando fora o casulo, sendo seu novo ser: o final do final.


4.
O despertar de uma consciência baseada no coração, dentro de você, motivada por amor e liberdade; ajudar outros a fazerem a transição.


Agora nós falaremos do último estágio, que é estágio o quatro: abrindo-se para o Espírito.

Quando você entra no estágio quatro, encontra um lugar de paz e tranqüilidade dentro de si mesmo. Você entra freqüentemente em contato com um silêncio em seu coração, que você sabe que é do Eterno. Tudo o que você vivencia é relativo comparado com este Ser ilimitado e todo-abrangente. Este lugar de paz e silêncio dentro de você também tem sido chamado de Espírito.

Em suas tradições (esotéricas), é feita uma distinção entre espírito, alma e corpo.

O corpo é a morada física da alma por um tempo limitado.

A alma é a âncora não física, psicológica, da experiência. Ela carrega a experiência de muitas vidas. A alma se desenvolve através do tempo e lentamente se transforma numa bela pedra multifacetada, cada face refletindo um tipo diferente de experiência e o conhecimento nela baseado.

O Espírito não muda e nem cresce com o tempo. O Espírito está fora do tempo e do espaço. O Espírito em você é a sua parte eterna, atemporal, que é Una com o Deus que o criou. É a divina consciência, que é a base da sua expressão no espaço e no tempo. Você nasceu de um reino de pura consciência e levou parte dessa consciência consigo, através de todas as suas manifestações na forma material.

A alma faz parte da dualidade. Ela é afetada e transformada por suas experiências na dualidade. O Espírito está fora da dualidade. É a base sobre a qual tudo se desenvolve e evolui. É o Alfa e Ômega, que você pode simplesmente chamar de Ser ou Fonte.

O Silêncio, externo mas especialmente interno, é a melhor entrada para se vivenciar esta energia sempre presente, que é Você no seu âmago mais profundo. No silêncio, você pode entrar em contato com a coisa mais milagrosa e auto-evidente que existe: Espírito, Deus, Fonte, Ser.

A alma carrega memórias de muitas encarnações. Ela sabe e compreende muito mais do que a sua personalidade terrena. A alma está conectada com fontes de conhecimento extra-sensoriais, tais como suas personalidades de vidas passadas e guias ou conhecidos dos planos astrais. Apesar desta conexão, a alma pode estar num estado de confusão, ignorante da sua verdadeira natureza. A alma pode ser traumatizada por certas experiências e, assim, permanecer num lugar de sombra por algum tempo. A alma está continuamente evoluindo e ganhando compreensão da dualidade inerente à vida na Terra.

O Espírito é o ponto imutável dentro desse desenvolvimento. A alma pode estar num estado de sombra ou iluminação, mas o Espírito não. O Espírito é puro Ser, pura consciência. Está tanto na Sombra quanto na Luz. É a Unidade subjacente a toda a dualidade. Quando você chega ao estágio quatro da transformação do ego ao coração, você se conecta com o Espírito. Você se conecta com a sua Divindade.

Conectar-se com o Deus dentro de você é como ser retirado da dualidade enquanto permanece totalmente presente e assentado. Neste estado, sua consciência é preenchida por um êxtase profundo, mas tranqüilo; uma mescla de paz e alegria. Você percebe que não depende de nada que esteja fora de você. Você é livre. Você está verdadeiramente no mundo, mas sem ser do mundo.

Conectar-se com o Espírito dentro de você não é algo que acontece de repente e para sempre. É um processo lento e gradual, no qual você se conecta, se desconecta, se re-conecta... Gradualmente, o foco da sua consciência move-se da dualidade para a unidade. Ela se reorienta, descobrindo que, eventualmente, é mais atraída para o silêncio do que para os pensamentos e as emoções. Por silêncio queremos dizer: estar completamente centrado e presente, em um estado de consciência não julgadora.

Não existem meios ou métodos fixos para se chegar a isso. A chave para conectar-se com o seu Espírito não é seguir alguma disciplina (como meditação ou jejum, etc.), mas realmente compreender. Compreender que é o silencio que o leva ao Lar, não os seus pensamentos ou emoções.

Esta compreensão cresce lentamente, à medida que você vai se tornando mais consciente do mecanismo dos seus pensamentos e sentimentos. Você desapega-se de velhos hábitos e abre-se para a nova realidade da consciência baseada no coração. A consciência baseada no ego dentro de você perde a força e lentamente morre.

Morrer não é algo que você faz; é algo que você permite que aconteça. Você entrega-se ao processo de morrer. Morte é uma outra palavra para mudança, transformação. É sempre assim. A morte é sempre uma liberação do velho e uma abertura para o novo. Dentro deste processo, não existe um só momento no qual vocês “não são”, isto é, no qual vocês estão mortos conforme a sua definição de morte. A morte, como vocês a definem, é uma ilusão. É apenas o seu medo de mudança que provoca o seu medo da morte.

Vocês não temem apenas a morte física, mas também a morte emocional e mental durante a sua vida. Mas sem a morte, as coisas se tornariam fixas e rígidas. Vocês tornar-se-iam escravos dos velhos padrões: um corpo gasto, formas de pensamento antiquadas, reações emocionais limitadas. Isto não é sufocante? A morte liberta. A morte é uma cascata de água fresca que abre à força os portões velhos e enferrujados, e impulsiona vocês para novas áreas de experiência.

Não tema a morte. Não há morte, apenas transformação.

A passagem da consciência baseada no ego para uma vida centrada no coração é, de certa forma, uma experiência de morte. Quanto mais você se identifica com o Espírito, com o Deus dentro de você, mais você libera coisas com as quais costumava preocupar-se ou nas quais colocava muita energia. Você percebe, em níveis cada vez mais profundos, que realmente não há nada para fazer, exceto ser. Quando você se identifica com a sua existência, ao invés de identificar-se com os pensamentos e emoções efêmeros que passam através de você, sua vida é afetada imediatamente. O Espírito não é algo abstrato. É uma realidade que você efetivamente pode trazer para a sua vida. Estar em contato com a mais pura das fontes, finalmente mudará tudo em sua vida. Deus ou a Fonte ou o Espírito é criativo por natureza, mas de formas quase incompreensíveis para você.

O Espírito é silencioso e perene e, todavia, criativo. A realidade do Eu Divino não pode realmente ser captada pela mente. Pode apenas ser sentida. Se você aceita-a em sua vida, e a reconhece como os sussurros do seu coração, lentamente tudo começa a ir para o seu devido lugar. Quando você está sintonizado com a realidade do Espírito – a consciência silenciosa que está por trás de todas as experiências – você deixa de forçar sua vontade sobre a realidade. Você permite que as coisas voltem ao seu estado natural de ser. Você torna-se o seu Ser verdadeiro, natural. Tudo acontece de forma harmoniosa, significativa. Você percebe as coisas se encaixando segundo um ritmo natural, segundo seu próprio fluxo natural. Tudo o que você precisa fazer é estar sintonizado com este ritmo divino e soltar os medos e a má compreensão, que fazem com que você tenha vontade de intervir.

AJUDANDO OS OUTROS, A PARTIR DO NÍVEL DO ESPÍRITO

Quando você tiver feito a transição da consciência baseada no ego para a baseada no coração, você estará em contato mais ou menos constante com o fluxo divino do seu interior. Neste estado, não há necessidade ou desejo de ajudar os outros, mas isto vem naturalmente para você. Você atrai isto para si, mas não através da vontade. Energeticamente, você está emitindo certas vibrações agora. Há algo presente no seu campo de energia, que atrai as pessoas para você. Não é algo que você faz, mas algo que você é. Há uma vibração disponível na sua energia, que pode ajudar as pessoas a entrarem em contato com o seu próprio Ser divino.

Você pode ser um espelho para essas pessoas, no qual elas podem realmente ver um problema ou dificuldade ser liberado e transformado na energia da solução. Elas podem sentir a energia da solução (que sempre está baseada no contato com a própria divindade) no seu ser. Você é capaz de lhes ensinar alguma coisa, e o ensinamento acontece quando você é você mesmo. Não é transmitindo conhecimentos ou utilizando certos métodos, que você vai ensinar e curar. É permitindo-se ser exatamente quem você é e expressando-se da forma mais alegre possível, que a sua presença se torna verdadeiramente útil. É compartilhando a si mesmo com outros, que você lhes possibilita o acesso a um espaço de cura, no qual eles podem escolher entrar ou não. Isto cabe a eles.

Como curador ou terapeuta, você realmente só tem que se manter em contato com o fluxo divino interno, com a consciência silenciosa que é o Espírito. Efetivamente, é esta conexão que move as pessoas e as leva a um estado de consciência mais elevado, mais livre, se assim o escolherem. Se o fizerem, isto acontecerá no ritmo e fluxo próprios de cada um.

Estar presente para os outros, deste jeito, está ligado a um sentimento de caráter bem neutro. Representa um nível de imparcialidade, no qual você libera seu desejo pessoal de transformar ou “curar” os outros.

Este desejo, apresentado por todos os Trabalhadores da Luz em algum estágio, não se origina de uma verdadeira compreensão do caminho interior que as pessoas querem seguir para encontrarem sua própria verdade interior. As pessoas, na sua maioria, precisam chegar no fundo de certas questões, antes de estarem verdadeiramente prontas para liberá-las. Quando elas agem assim, realmente “ganham” a solução do problema e isto lhes dá uma profunda satisfação. Talvez você reconheça isto na sua própria vida e nos problemas com os quais você lutou. Por favor, esteja consciente disto e não se esforce para impedir as pessoas de “chegarem no fundo”. Se elas estão determinados a chegar lá, elas chegarão lá, independente de tudo o que você possa fazer ou dizer.

É melhor não se envolver emocionalmente com as pessoas a quem você ajuda. O envolvimento emocional leva à vontade pessoal de curar ou transformar os outros. Este desejo pessoal não ajuda os outros, mas pode, sim, causar bloqueios no processo de cura deles. Toda vez que você quer que as pessoas mudem, você não está num espaço de amor e tolerância. Elas sentem isto. Você pode pensar que está “lendo-as” (psicologicamente), mas elas também são leitoras perspicazes de você!

O estágio quatro de transição do ego ao coração consiste em transcender o nível da alma e elevar-se ao nível do Espírito. É claro que não queremos dizer que a alma seja, de alguma forma, “menos” que o Espírito. O fato é que você é maior e mais abrangente do que a sua alma. A alma é um veículo para a experiência. Ao se identificar com o Espírito em você, com o seu próprio Ser Divino, todas as coisas que você vivenciou em muitas e muitas vidas encaixam-se em seus devidos lugares. Você se eleva acima das experiências, não se identificando com nenhuma delas. Isto tem um efeito curativo sobre a alma.

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