segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

A dor do Nascimento Cósmico


Jeshua canalizado por Pamela Kribbe

No dia 23 de maio de 2004, apresentamos uma canalização de Jeshua na nossa clínica em Tilburg.

Queridos amigos, estou tão contente por vocês terem vindo aqui. E alguns de vocês vieram de tão longe! Eu vi todos vocês e sei quem vocês são. Vocês são muito queridos para mim. Minha jornada é a sua jornada e a sua jornada é a minha. É por isso que eu gostaria de compartilhar algumas das minhas percepções internas da longa jornada na qual vocês, como almas, embarcaram. Esta jornada leva à Luz que todos vocês podem ver diante de si, mas que, na verdade, é uma luz que já brilha dentro de vocês. No entanto, vocês não vêem isto ou realmente não acreditam suficientemente nisto.


Eu quero levá-los comigo para o começo da sua jornada – totalmente de volta ao começo, quando vocês nasceram como almas numa realidade que vocês não conheciam anteriormente. Quero voltar no tempo até o momento onde vocês começaram a sua jornada – a sua jornada através do tempo, através do espaço, através da matéria. A origem encontra-se muito lá atrás. Mas o fato em si, o fato de estarem separados do lar, da fonte primária, da origem de todos vocês, esse fato e a dor que o acompanha ainda estão muito presentes dentro de todos vocês. Esta dor do nascimento encontra-se por trás de muitos dos seus sentimentos e comportamentos cotidianos.
Eu gostaria de esclarecer isto com um exemplo.


Muitos de vocês defrontam-se diariamente com uma inquietação interna, uma sensação constante de estar “procurando alguma coisa”. Existe uma tensão interna relacionada com não estar totalmente à vontade consigo mesmo, não se sentir à vontade com seu próprio ser, com a sua própria essência. Devido a esta tensão interna básica, existe a tendência de procurar validação externa, conhecimento e aceitação. Vocês sempre sentem necessidade de alguma coisa externa para renovar sua confiança – algo que leve embora essa tensão interna e diga: “você está em casa, você está bem.” Vocês podem imaginar com que freqüência vocês precisam desta renovação de confiança, pois todos vocês sentem esta inquietação dentro de si mesmos, esta compulsão para procurar; uma tendência a ir para algum lugar que não está neste agora, que está fora de vocês e não dentro de vocês.


Eu gostaria de falar sobre a origem desta tendência. A verdadeira causa é como o centro de uma cebola, que tem muitas camadas em volta. As camadas externas são formadas pelos acontecimentos da sua vida que fizeram com que vocês se sentissem inquietos, desconfortáveis consigo mesmos. Nas camadas mais profundas, estão os acontecimentos de outras vidas que foram traumáticos. Mas, se vocês descascarem todas essas camadas, vocês encontrarão uma inquietação central, uma saudade central, que está conectada com o começo da sua jornada. Imaginem-se antes de embarcarem nesta viagem, fazendo parte de um estado de unidade que era muito confortável e abrangente. Era como se vocês estivessem num cochilo, comparável a um certo estado de sono no qual tudo é seguro e a sua consciência é muito receptiva. Vocês deixam que tudo aconteça, tudo é fluido. Vocês conhecem esse estado na sua vida terrena, pelo menos parcialmente, como a situação na qual vocês estão quando são um embrião dentro do útero. Nesse estado, ainda não existe uma distinção clara entre interior e exterior, existe uma unidade nessa experiência e uma segurança inquestionável.


Nesse começo muito primitivo, vocês, como almas, eram como embriões imersos num estado de paz e segurança. Num determinado momento, veio à sua consciência uma experiência de estarem sendo dilacerados. Esse era o começo do nascimento de vocês como almas individuais; almas que iriam empreender uma grande viagem para adquirir experiência. Primeiro, tudo era um. Depois, houve a experiência de ser rasgado, ou arrancado de uma unidade antiga. E então, veio a desorientação, a perplexidade, uma procura cega por algo a que se agarrar, uma segurança que não veio. Foi um momento de escuridão. É desta forma que vocês apresentariam isto, mas o momento em que vocês se arrancaram da fonte primordial e se lançaram no seu próprio caminho foi, ao mesmo tempo, um momento de profunda criatividade.


Vocês podem imaginar um espaço vazio e escuro, o espaço onde vocês se propagaram. Havia escuridão lá, mas também havia espaço para alguma coisa nova. Muitos dos sentimentos que vocês tiveram no começo da sua jornada, vocês podem encontrar na imagem da criança interna perdida, da qual eu falei na última vez. Esta imagem da criança perdida mostra claramente as profundas feridas internas com as quais vocês começaram a sua jornada. No transcorrer dessa jornada, nas quais vocês tomaram várias formas (corpos), vocês experienciaram muitas coisas, passaram por muitas coisas e finalmente acabaram aqui, no planeta Terra.


A Terra é um lugar de grande criatividade e muitas possibilidades. Mesmo assim, apesar das possibilidades e da beleza da realidade aqui na Terra, vocês ainda sentem falta do lar. Há um sentimento de que “algo não está certo”, como se estivesse faltando alguma coisa, algo que é essencial para se sentir bem. O que vocês sentem que está faltando é o amor e a segurança emocional que são necessários como uma base para que todos os seres viventes cresçam, floresçam e sejam capazes de se desenvolver em total liberdade. O que eu quero lhes pedir é que procurem, dentro da sua própria consciência, a ferida original que foi criada quando vocês abandonaram o Lar. Vocês podem encontrar, dentro de si mesmos, o lugar psíquico onde vocês se sentem arrancados da unidade original? É uma unidade primordial, que vocês não conseguem explicar com sua mente, mas que, no fundo do seu coração, vocês têm certeza que a conheceram.
Ao se voltarem novamente para a dor original da partida do “Lar”, vocês podem encontrar uma força substancial para curar a si mesmos. No fim das contas, ela está onde a origem da perda da sua força se encontra!


Todos vocês – aqui presentes ou lendo este texto – estão no processo de dar o passo em direção a um novo nível de consciência. Um nível cuja base é a segurança interna e a auto-confiança, e através do qual muitas novas criações serão possíveis. Vocês serão capazes de viver e criar a partir dessa nova consciência. Mas para realmente compreender este nível de consciência, é de máxima importância viajar até o âmago e as origens dos bloqueios e desequilíbrios que vocês experimentam na sua vida diária.


Nesta fase do seu desenvolvimento, é tempo não só de olhar para as dores e traumas que surgiram na sua vida presente, e talvez em vidas passadas, mas também dar um passo mais profundo. Agora é necessário voltar até a cena primordial e, logo que vocês a reconhecerem conscientemente e lembrarem dela com seu coração, é preciso que cuidem dessa sua dor interna. É hora de tomar conta dessa criança cósmica recém-nascida, que ainda está viva dentro de vocês, e não sabe para onde está voltada e não tem nenhum senso de direção. Eu gostaria de oferecer-lhes uma forma de conhecer e trabalhar com essa dor primordial. É importante compreender que esta dor também tem uma localização física: ela está situada no abdome. Esta é a sede das emoções e dos sentimentos conectados.


O abdome geralmente é o lugar ou centro energético a partir do qual vocês formam relacionamentos com outras pessoas. O problema que muitas vezes surge aqui, é que existe uma dor no centro do seu abdome, que transcende esta vida terrena, que transcende outras vidas, e que tem sua origem no seu nascimento como almas individuais. No nível mais profundo, é a dor do nascimento cósmico. No entanto, muitas vezes vocês tentam aliviar essa dor individual, cósmica, no nível dos relacionamentos com outras pessoas. Especificamente nos relacionamentos pessoais profundos, onde há intimidade com outra pessoa, muito freqüentemente vocês tentam curar sua própria ferida interior mais profunda através da energia do outro.


Geralmente vocês reconhecem muito bem a dor no outro. Essencialmente é sempre aquela mesma dor, a que se baseia na perda da conexão e segurança primordiais. O outro freqüentemente funciona como um espelho para a sua própria dor. Em essência, vocês reconhecem a sua própria dor no rosto do outro. Como vocês reconhecem a dor no outro mais facilmente do que a reconhecem em si mesmos, vocês começam a tentar solucionar essa dor do outro e subconscientemente esperam que a sua própria dor diminua pela presença (amor, reconhecimento) do outro. Mas esse jogo, que geralmente acontece nos relacionamentos (sexuais), torna ainda mais difícil curar essa ferida. Porque, a partir desse papel emocional, pode se desenvolver facilmente uma co-dependência à qual os dois parceiros ficam cada vez mais amarrados. Logo que a dependência começa a se formar, também começam a surgir aspectos de poder que os afastam cada vez mais de casa – literalmente, isto é, do Lar. Sempre que vocês se apóiam no poder, vocês abandonam a sua própria força. Poder e dependência não podem viver um sem o outro.


A área de relacionamentos pessoais (íntimos) é um indicador muito importante para a conscientização da profunda dor cósmica que todos vocês carregam consigo. Muito freqüentemente vocês sentem que necessitam da presença de outra pessoa em sua vida. Vocês supõem que a solidão é associada à falta de contato com outros e que a solução se encontra numa relação amorosa. Mas, nesta suposição esconde-se uma grande armadilha em potencial. A armadilha é que vocês estão colocando a causa da sua dor do lado de fora de si mesmos. O resultado é que, nesse papel sutil que vocês desempenham dentro dos relacionamentos, vocês responsabilizam o outro pelas suas feridas internas: vocês são a vítima. Ao mesmo tempo, vocês estão exercendo um certo poder sobre o outro, porque vocês conhecem a dor interna e a vulnerabilidade dele/dela.


O propósito espiritual do amor entre um homem e uma mulher, ou qualquer relacionamento íntimo sexual, não é o de curar as feridas um do outro. A verdadeira beleza de um relacionamento amoroso está no encontro entre dois seres completamente independentes que compartilham suas próprias riquezas um com o outro. Cada um tem sua própria forma de enxergar a realidade, sua própria forma de vivenciar as coisas. Ser capaz de compartilhar isto com outra pessoa, no nível mais profundo, é uma grande alegria para a alma. Então, não há nada de prejudicial nos relacionamentos íntimos! Eu só quero lhes chamar a atenção para o fato de que esses relacionamentos muitas vezes são usados impropriamente para curar uma ferida que, de fato, não tem nada a ver com a outra pessoa.


Algumas vezes isto pode ser muito difícil de se compreender no nível mais profundo – compreender que, se vocês se sentem terrivelmente sós ou abandonados ou tristes, vocês mesmos estão criando essa realidade, esse sentimento. Vocês são os criadores dessa realidade interna que vocês chamam de solidão ou de sentimento de abandono. A verdadeira solução para estes sentimentos, que são muito profundos e muito antigos, está em voltar-se para dentro de si mesmos, para dentro da verdadeira força que vocês têm à sua disposição, ao invés de se voltarem para o outro. A solução para todos os sentimentos de desespero, depressão e solidão, na sua vida, está disponível dentro de vocês mesmos, em forma energética. A solução já está lá, ela está presente na sua energia. Pode parecer que a energia da solução está escondida, no sentido de que vocês terão que encontrar a porta e abri-la. Mas, em essência, vocês são a energia Divina que tem tudo disponível dentro de si mesma para confortar a sua criança interna perdida.


O convite que fazemos a todos vocês, a cada alma individual, é que se impregnem com a sua própria divindade. A tendência de se tornarem dependentes de outra pessoa em relação a isto é a causa de muitos desentendimentos e nunca solucionará a dor mais profunda. É por isto que é tão importante reconhecer totalmente a verdadeira fonte dessa dor, compreender que ela se encontra numa dimensão espiritual que transcende os relacionamentos, os empregos, os pais, etc. E compreender que, portanto, a solução não está no comportamento do seu companheiro, da sua mãe, do seu filho, dos seus colegas, mas pura e simplesmente dentro de vocês mesmos.

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